Resenha: O Cabeleira.
O Cabeleira de Franklin Távora.
(O Cabeleira foi publicado pela primeira vez em 1876)
TÁVORA, Franklin. O Cabeleira – São Paulo Editora, 1973. – 202 p.
João Franklin da Silveira Távora nasceu em Baturité, província do Ceará em 1842.
Aos 18 anos já havia publicado contos. Ingressou na Faculdade de Direito em Fortaleza e dedicou-se aos estudos da literatura. Em 1870 fez uma intensa campanha a favor de uma literatura regionalista. No fim da vida, precisou vender parte de sua biblioteca. Morreu pobre em 18 de Agosto de 1888.
O romance é a história de um assassino conhecido como “O Cabeleira” de nome José Gomes. As cenas das batalhas são descritas com detalhes, jorrando sangue para o leitor. Nas primeiras páginas é exatamente o que acontece, levando-nos a sentir o cheiro de tanta carnificina.
Pai e filho, junto com seus comparsas; aterrorizam os lugares que passam. Algumas cenas foram divertidas para mim, que imaginava o ocorrido com um certo humor, que não há na escrita de Franklin.
Algo a se levar em conta, é que a história se passa na época do romantismo no Brasil, mas há um pouco de naturalismo na obra, também.
O Cabeleira mata sem piedade, incentivado pelo pai. Gostei muito do livro que nos mostra o quanto uma pessoa pode ser influenciada por seu meio. José Gomes, na realidade não é malvado, sua mãe é de uma ternura só.
Joana, a mãe boa e fraca, viveu em luta incessante com Joaquim, o pai sem alma nem coração. ( p. 63)
Mas o pai acabou saindo de casa, por que queria um filho assassino e a mãe não. Levando-o consigo e dominando sua mente e suas vontades.
- Não quero que chores. Quem é homem não chora, quem é homem faz chorar. (p. 67)
Aliás, o determinismo do meio, é uma característica marcante do Naturalismo. O Cabeleira é na verdade uma projeção do ambiente e se confundi com o meio.
As mulheres da narrativa são todas pobres, mas de bom coração.
O autor destaca alguns pequenos pontos importantes da história do local. Tudo transcorre entre as matanças, até que o Cabeleira encontra uma rapariga na beira de um rio. Aqui é um momento importante, que mudará algumas coisas no enredo. O Cabeleria modifica seu comportamente passivo e obediente ao pai, por que este queria a menina para sí. Mas ela é alguém importante na trama, que leva Cabeleira a enfrentar Joaquim:
Não é meu pai aquele que só me ensinou roubar e a matar.( p.115)
No desfecho da obra o autor surpreende o leitor!
Eu li o livro, pois estou realizando um trabalho de Literatura sobre o autor Franklin Távora.
A leitura é um pouco cansativa, mas super recomendo. Franklin orquestra bem as palavras, apresenta magnificamente os cenários e as batalhas dos cangaceiros.
José Gomes de fato existiu e o autor utilizou das histórias contadas para escrever seu livro.
Muito legal! Vale a pena para quem gosta dos clássicos da literatura.
M. C. Jachnkee.
esse titulo parece ser realmente muito bom e que edição linda ^^
ResponderExcluirbeijos
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Olá Marli,
ResponderExcluirNão conhecia o autor e nem o livro, gostei muito da sua resenha e da premissa do livro e a sua edição é show de bola, ótima dica...bjs.
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