Quarta do Oscarnobel

Ensaio sobre a Cegueira é um livro absolutamente maravilhoso e forte!

Li para a aula de Literatura. Todos os dias eu lia durante o percurso de uma hora e meia para chegar à Universidade! Isso mesmo, eu lia no ônibus!!! E depois lia na uma hora para retornar para casa! Eu fiquei impressionada com a escrita de José Saramago!!!! Não conseguia parar de ler até que....cheguei no ponto mais forte do livro!!

Não posso mencionar por que senão vai ser spoiler!!!

A história e sobre um provável vírus da cegueira.

Gente, já começa muito bem, o autor sabe prender o leitor! Você não quer largar o livro, quer ler, ler e ler!

Bem, como algumas pessoas, em diferentes situações, começam a ficar cegas, o governo decide agir e as coloca em quarentena em um abandonado prédio. Porém, a imensa força da epidemia não para! Continuam chegando mais e mais cegos. Até que o lugar fica cheio!!!

Há, porém, uma pessoa que não foi contaminada (por razões inexplicáveis) e que está com o grupo! Por que essa pessoa não revela aos outros que pode ver? Você compreenderá ao ler o livro. Essa pessoa vai ver o que os outros não podem, vai presenciar TUDO o que os outros não irão presenciar! E aí, você fica pensando se não é  melhor ser cego!!! A própria personagem se questiona.

Tentem imaginar como é ir ao banheiro sem poder ver....mas não é apenas você que está ali...são milhares de pessoas...o lado humano, a ganância....são temos abordados de maneira profunda.

Saramago foi intenso com essa obra!!

Gente!!! Eu não apenas recomendo, eu peço: Leiam Ensaio sobre a Cegueira- vocês irão adorar!!!!

Ele leva o Oscarnobel da semana!

Trecho:

Como toda a gente provavelmente o fez, jogara algumas vezes consigo mesmo, na adolescência, ao jogo do E se eu fosse cego, e chegara à conclusão, ao cabo de cinco minutos com os olhos fechados, de que a cegueira, sem dúvida alguma uma terrível desgraça, poderia, ainda assim, ser relativamente suportável se a vítima de tal infelicidade tivesse conservado uma lembrança suficiente, não só das cores, mas também das formas e dos planos, das superfícies e dos contornos, supondo, claro está, que a dita cegueira não fosse de nascença. Chegara mesmo ao ponto de pensar que a escuridão em que os cegos viviam não era, afinal, senão a simples ausência da luz, que o que chamamos cegueira era algo que se limitava a cobrir a aparência dos seres e das coisas, deixando-os intactos por trás do seu véu negro.