15 de abril de 2013

O mistério do Senhor de Sipan.




Olá leitores. 
Hoje venho com um texto que escrevi e preciso muito da sua opinião sincera e analítica.
Vamos lá me dar essa mãozinha?


Foto: Múmia encontrada do senhor de Sipán.



O mistério do Senhor de Sipan.


Nos Andes todos conheciam a lenda do Senhor de Sipan, contam que há muito tempo chegou à costa do Peru em Lambayeque um jovem chamado Naylamp.  Governou no Vale do Sipan, no norte do Peru. Sua autoridade era incontestável, tinha três poderes: religioso, militar e civil. Morreu e deixou no seu lugar o filho para governar. Da antiga civilização Mochica ou Moche, que mais tarde dariam lugar aos Lambayeque, Chimus e finalmente aos Incas.
Tudo era apenas uma lenda entre os indígenas andinos, história passada de geração a geração, como tantas outras. Mas com uma diferença: na primavera de 1987, 1700 anos depois, a persistente equipe de arqueólogos peruanos coloca um ponto final na dúvida da realidade da lenda, ao anunciarem uma das maiores descobertas arqueológicas da América no século XX. Era a primeira descoberta de uma múmia tão antiga nestas terras. Enterrada em um sarcófago de madeira, a múmia estava rodeada de peças de ouro e prata, também havia pedras semipreciosas como a turquesa. A múmia acabou sendo considerada Patrimônio da Humanidade, pois contava um pouco da história das civilizações das Américas. Encontrava-se em um museu muito bem protegida. Era o orgulho do Diretor do museu que não cansava de dizer o quanto a obra era preciosa e valia milhões. Segundo ele, muito mais do que as jóias encontradas junto.
Fomos chamados à região por que o museu havia sido saqueado! Levaram um único ornamento: a Múmia de Sipan! A maior descoberta havia sido roubada!
Segundo o Diretor era intriga da oposição:os invejosos de Cusco, que não aceitavam o fato da múmia de Sipan ser muito mais valiosa do que uma múmia Inca.  José meu chefe, era um grande investigador. Começou observando, com sua calma habitual, o local escuro, com aquela típica luz clara de museu, ia percorrendo os objetos até chegar ao local que deveria estar a múmia. Tudo estava intacto, não era um saqueamento, pois só levaram um único objeto. Havia na sala um estranho aroma de vinho, provavelmente utilizado para disfarçar o mau cheiro que acabava tendo devido as antiguidades. O Museu de arqueologia contava com peças encontradas nas escavações de 87: máscaras, cerâmicas e jóias. Enquanto caminhava, José percebeu algo reluzindo no chão, abaixou-se e pegou um anel... fez aquela cara que eu já conhecia: era uma pista! Havíamos encontrado uma pista importante! Ou melhor, ele havia encontrado.
Ao sairmos nos deparamos com Sandra, uma das assistentes que trabalhava no museu, uma americanazinha, atrapalhada, loira, de olhos azuis que falava um espanhol enrolado. Foi possível compreender que ela estava reclamando com o namorado, guarda do museu, que ela havia perdido seu anel. José e eu nos entreolhamos e ela foi a primeira na nossa lista de suspeitos. A investigação estava apenas começando.
Percorremos o pátio externo do museu e em uma entrada nos fundos, que parecia nunca ser aberta divido à ferrugem, percebemos algumas pegadas. José abaixou e pode identificar que uma delas era de um sapato Oxford. Seguimos ao encontro do Diretor, que havia nos convidado a tomar uma bebida em um barzinho local, tudo estava muito atrasado no pequeno povoado de Lambayeque em Chiclayo. O Diretor perguntou se já havíamos encontrado alguma pista, José disse que precisávamos que o museu ficasse fechado até encontrarmos o culpado. Então, aquele homem de pele morena e baixinho, começou a dizer que o museu precisava pagar suas contas e se fechassem isso complicaria ainda mais. Novamente fez questão de afirmar que a obra roubada valia muito e  graças a sua perspicácia estava assegurada havia seis meses.
Pediu um vinho para esquentar nossos corpos e mentes. Ao primeiro gole, levantou seus olhos negros e disse com uma calma que até então não tivera, que nos daria um dia para a investigação com o museu fechado, na manhã seguinte seria reaberto.
José e eu agradecemos seguimos por uma rua estreita e retornamos. Ao chegarmos deparamos com Jaqueline, a guia do museu. Na manhã daquele dia, fora ela a primeira a perceber o roubo ao entrar na sala número 1. Trabalhava há três anos no local, estudou na Universidade Católica de Lima e depois retornou para sua cidade. Começo a trabalhar lá antes de Sandra e nunca simpatizou com a americana que tinha o cargo que ela desejava.
O guarda foi interrogado e disse que em um determinado momento da noite demorou-se um pouco no banheiro. Talvez foi nesse tempo em que o bandido agiu, pois ele não escutou nada diferente e por isso não entrou na sala. Ficamos um pouco desconfiados, pois era quase impossível que ele não tinha visto absolutamente nada.  Seria ele cúmplice no roubo?
A nossa maior dúvida continuava sendo como o bandido havia entrado se nenhuma das entradas foi arrombada. Sandra, Jaqueline, o Diretor e o guarda tinham a chave! Todos eram suspeitos! Mas no meio de tantos suspeitos era preciso organizar as pistas e separá-las em falsas e verdadeiras. Precisávamos imaginar por que alguém roubaria uma múmia histórica. Onde esconderiam uma múmia do século I ou II da nossa era? Quais os interesses por trás de um roubo arqueológico? 
Passamos a tarde em silêncio apenas observando e simulando os acontecimentos em nossas mentes. Eles não imaginavam que eram nossos suspeitos, apenas acreditavam que estavam colaborando para encontrarmos o ladrão. Por isso, precisávamos agir com cautela, um deles devia estar de olho na gente!
Trocamos algumas ideias entre nós dois e depois de pensar por um longo tempo, José já não tinha mais dúvida, havia encontrado o ladrão!
O cheiro de vinho na sala e depois o Diretor os convida para beberem um. Muito suspeito. A pista havia sido plantada para culpar o Diretor. O que o ladrão não esperava era que veriam as pegadas nos fundos do museu, pegadas Oxford, sapato impossível de encontrar no local em que estavam. Sandra havia dito que entrou pela frente naquela manhã, mas as pegadas estavam nos fundos, a americana era a única que poderia ter aquele sapato, naquele fim de mundo.
Decidiu observar se ela ainda estava com ele, mas não estava. Precisava de provas quando se dirigiu à Jaqueline e pediu que ela o ajudasse a abrir a porta que dava para o depósito. Queríamos verificar todos os espaços do museu, para descobrir se havia alguma passagem secreta ou algo parecido. Apesar de haver a pegada na porta dos fundos, não havia marca de pneu ou de mais de uma pessoa. Se descobríssemos como a múmia foi retirada do museu, seria mais uma prova contra o ladrão.
Havia alguns entulhos em frente à porta e Jaqueline começou a retirá-los com nossa ajuda. Num momento de descuido, a jovem acabou pisando no pé do investigador, que ao olhar para baixo, percebeu na jovem o sapato que ele procurava!
O mistério da Múmia de Sipan foi esclarecido, Jaqueline confessou o crime e também que plantou as provas para enganar o investigador. O sapato Oxford ela havia comprado em Lima- a capital do país, antes de ir viver em Chiclayo. O que queria era que um dos dois fosse afastado, então ela encontraria a múmia no subsolo -onde havia deixado- e conquistaria um cargo maior no museu.


FIM.

22 comentários:

  1. Oi Marli
    Que estória (ou será história??) criativa, confesso
    que com tantos detalhes de tempo e espaço
    comecei a me perguntar se realmente aconteceu.
    Gostei bastante, é um texto simples e incrementado ao mesmo tempo, que me proporcionou uma leitura clara e objetiva.
    Parabéns.

    Ps: Bem que eu suspeitei dessa Jaqueline rsrs

    http://soubibliofila.blogspot.com.br/

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  2. O texto está bom, mas confesso que achei o início um pouco corrido, mas contos sempre acabam sendo corridos, não?

    Parabéns pela narrativa.

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  3. Oi Marli. Seguindo aqui. Segui de volta? Gostei bastante do texto, interessante e criativo. E essa Jaqueline não é flor que se cheire. rsrs. Tem post novo lá no blog, passa lá. Esperando a sua visita. E por favor curta a fanpage do meu livro: https://www.facebook.com/Criaturassombriasofficial

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  4. Oie Marli, tudo bem linda ?
    Nossa, fiquei impressionada com o que você escreveu. Me deixou presa do começo ao fim da história. Que mulher danada em ? De esconder a múmia e depois achar como se nada tivesse acontecido. Pelo menos esse era o plano dela e acabou meio que se ferrando na história hahahaha...Mas adorei...Ia dar um belo livro em amiga ? Nossa, se vc escrever algo do tipo assim me avise, porque adoro histórias assim. Muito legal mesmo...Parabens pelo texto.

    Eu adorei os lançamentos. Estou louca para comprar a continuação de A Seleção e Simplesmente Ana. Tentei até fazer uma parceria com a autora, mas foi impossivel !! Mas enfim...Eu tenho uma listinha para fazer uma nova compra para encerrar de uma vez a cota de livros esse ano, pois agora estou com uma coleção mais do que imensa para comprar (risos) Enfim...Parabens pelas postagens, até porque eu adoro as novidades que vocês postam aqui xDDDD

    Outra coisa, gostaria que você entrasse em meu blog e curtisse a página no facebook e se ainda não me seguiu, segue, por favor, dá uma força tá ? Eu farei o mesmo se vc tiver também. beijinhos

    lovereadmybooks.blogspot.com.br

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  5. OLá Marli,

    As histórias aqui postadas são realmente ótimas e com certeza nos deixam bem curiosos....essa não é diferente, gostei muito...como sempre aprendendo aqui...parabéns....abçs.

    http://devoradordeletras.blogspot.com.br/

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  6. Adorei a estória, bem simples e clara ao leitor.
    Vc me deixou intrigada pra descobrir quem era o culpado ou culpada... uma ótima estória!
    Digna de virar um livro huh, quem sabe!
    Resenha #78 - Cobiça - J. R. Ward.
    Confere lá!
    Manuscrito de Cabeceira
    Bjs.

    P.S: apaga por favor, o meu comentário anterior. Obrigada.

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  7. Nossa muito legal o texto *-*
    Tenho uma paixão por lendas e historias de povos antigos!!
    Adoorei !
    Bjooos
    http://chacombolacha.blogspot.com.br/

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  8. Gostei muito da história. Tenho um fraco por qualquer coisa que envolva, múmia, museu e mistérios. Ainda bem que tudo se esclareceu no final hehehehe. Você quer uma opinião sincera. O texto está ótimo. Muito bem escrito e mesmo sendo grande não consegui parar de ler até saber quem era o culpado.

    http://blogprefacio.blogspot.com.br/

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  9. Que texto bacana Marli! Gosto de tudo que envolva História, arte e a trama me agradou bastante. Beijo!

    www.newsnessa.com

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  10. Gostei do texto, você escreveu a história de maneira simples, com um bom tempo e sendo clara em suas palavras. O Mistério do Senhor de Sipan é envolvente e bem interessante, principalmente pelo tema. Valeu a pena conferir :)

    Abraços
    www.entrepaginasdelivros.com/

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  11. Oiee Marli! Como sempre sua escrita é fascinante. Lendo esse text da lenda, lembrei da mesma experiência de fantasia e satisfação com Amazônia.
    Beijos!
    Paloma Viricio- Jornalismo na Alma.

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  12. Adorei Marli! Quer dizer, sou super fã desses suspense, me senti lendo Agatha Christie, sério mesmo *-*
    Daria um livro e, no começo, acreditei mesmo que tivesse acontecido...
    Só o final que achei rápido demais, mesmo sendo um conto, acho que merecia pelo menos um parágrafo para a parte que ela se entrega...

    Beijos Marli
    http://livrosebatons.blogspot.com.br/

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  13. Eu achei fascinante, Marli, que texto enigmático e cheio de nuances. Parabéns :)

    Beijos
    Brilho de Aluguel

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  14. Olá,
    no começo fiquei na dúvida se era real foi ficção, gostei do texto.

    Parabens

    abraços

    http://blog.vanessasueroz.com.br

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  15. Oi Marli
    eu amei o texto
    vc escreve tão bem, e me prende
    que eu sempre fico em dúvida se é ficção ou real

    bjs

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  16. Acho que respirei no final, hahaa.
    Ei, olha a imagem do meu Ver-o-Peso aqui do lado.
    Ai, que emoção! Ninguém lembra do Pará :(
    Beijos.
    Clicando Livros

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  17. Gostei do texto, do conto, melhor dizendo, é bem escrito, se fosse mais aprofundado poderia dar uma história e tanto.

    Thoughts-little-princess.blogspot.com

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  18. Oi Marli!
    Gostei do conto!
    Gosto de histórias diferentes, mesmo que sejam curtas, mas que envolvam elementos interessantes como arte, história...
    Parabéns!
    Abraço!

    "Palavras ao Vento..."
    www.leandro-de-lira.com

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  19. Oi Marli, o conto ficou muito bacana. Pensei num primeiro momento que fosse uma introdução para um novo trabalho seu, mas depois fui percebendo que se tratava de um conto.
    Adorei a sensação de mistério, investigação e o fim surpreendente.
    Parabéns pela escrita! Bjokas

    www.lerepensar.com

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  20. Olá Marli, gostei da sua história, mas queria dizer, que mesmo sendo um conto, achei que ela "correu" muito. Foi tudo muito rápido, bem como deve ser em um conto, mas acho que foi rápido demais. Pode ser só eu mesmo que percebi isso.
    Tirando isso, adoei o conto, a investigação, tudo tudo. Parabéns!

    Micael
    http://resenhandolivro.blogspot.com/

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  21. Amores.
    Obrigada por cada comentário aqui na postagem. É muito importante saber a opinião do leitor. Beijinhos de gratidão para cada um de vcs que leram e deixaram suas opiniões me ajudando a perceber o que preciso melhorar e o q está bom.

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  22. Já conhecia e acho ótima essa narrativa de enigma. Bjks.

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Obrigada por sua visita e por seu comentário!

Beijinhos!

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